terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A História

A história desse carro começa em 2002 quando comecei a procurar um carro antigo para correr no Racha Tarumã. Certo dia fui olhar um Maverick GT, mas alguém foi mais rápido e levou-o poucas horas antes de eu chegar. O vendedor disse que ainda tinha outro carro antigo para vender, Opala laranja, e que se eu quisesse ele tirava da garagem para eu olhar. Bom, já estava lá mesmo, pedi pra ver o opalão. Amor à primeira vista! "É meu! Põe na garagem pra ninguém ver, vou lá pegar o dinheiro e já volto!". Fui ao banco mais próximo, saquei o dinheiro, voltei lá e saí rodando com o 6 canecos - e um sorriso que ia de orelha à orelha. Lembro que ali pela Bento Gonçalves, próximo a PUC, parei em uma sinaleira e do meu lado parou uma Mercedes. O motorista abaixou o vidro, deu aquela olhada de ponta à ponta e fez a pergunta clássica: é 6 canecos? Concordei com a cabeça, dei uma aceleradinha. O motorista do Mercedes, um senhor de cabelo grisalho, aparentando ter seus quase 60, abriu aquele sorriso, talvez relembrando seus tempos com um "6zão" ao comando do pé direito...

Até então carros antigos não valiam nada, ninguém queria saber de carros velhos e gastadores. Ainda dei um baita pé quente, pois era um legítimo SS 72! Infelizmente ele não tinha praticamente nada do carro original. A começar pela parte frontal: frisos e pisca-falsos não-originais e grade de algum outro modelo. O volante era de um SS 1973, o motor um 3.8 (o correto deveria ser já o 4.1). A carroceria estava boa apesar dos podres nas caixas de ar, assoalho e no painel traseiro. O interior era precário, bancos rasgados e forros-de-porta desgastados e rasgados.

Buenas, naquele momento isso tudo não tinha importância alguma, pois a idéia era bem simples, eu queria apenas dar uma apimentada no motor para correr os rachas. Naquela época eu era estagiário, estava com saldo negativo no banco e pagando financiamento do meu primeiro carro (um Kadett GLS 2.0). O estágio estava acabando e não sabia se iria ser contratado, então decidi vender o Kadett para me livrar do financiamento e recuperar a saúde financeira. Acontece que, logo que vendi o kadett, fui contratado pela empresa. Sem um carro para uso diário, com um salário melhor, comecei a pensar com mais carinho no velho opala...

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